Ask Google Guru:

domingo, 20 de maio de 2012

ASTÚCIA





À toda mulher sobra sempre muita astúcia.
Em alguns lugares elas tem pêlos,
n'outros, pelúcia!

#haikai


DUPLO


Seremos como Sartre e Simone,
ou como Harry e Hermione?
Seremos como Adão e Eva,
ou como a Luz e as Trevas?

Seremos como Caim e Abel,
ou como a Terra e o Céu?
Seremos como o Touro Negro e Dom Sebastião,
ou como o Cérebro, sempre soberbo, e o humilde Coração?

Talvez não venhamos a ser nada,
ou talvez eu seja o Crepúsculo e você a Alvorada.
Talvez seja possível, na mesma taça, servir tristeza e alegria,
ou nos enganamos sendo irmãos gêmeos vestindo diferentes fantasias.

Talvez haja maior sabedoria contida
no ato de nada querer saber.
Talvez as melhores coisas da vida
sejam aquelas que sabemos sem precisar aprender.

domingo, 13 de maio de 2012

QUANTAS PONTAS TEM AS ESTRELAS?



Quantas pontas tem as estrelas?
Alguém já se deu o trabalho de contá-las?
E se forem adornos dos deuses?
E se forem colares de contas?
Talvez sejam abelhas em chamas
ou simples mariposas brancas 
voando tontas...

Houve quem as tentasse contar
e até poetas capazes de ouvir estrelas.
Eu, que sou bronco, e muito franco
(sou do interior de mim mesmo)
não julgo saber muita coisa delas.
Sei que brilham porque são necessárias:
toda noite a Senhora Lua as acende como velas
e de manhã vem o Senhor Sol e sopra várias
porque à luz do dia não é mais preciso tê-las.

São tão brilhantes, e tão belas
que nossa vontade é estender as mãos
e catá-las uma a uma, e retê-las
como crianças que pegam vaga-lumes.
Assim são os que amam:
No céu, até o ponto de luz mais singelo
já é desculpa pra iluminar seu interno negrume
porque amantes são bobos, e temos que os desculpar
pois quem ama tem a necessidade natural de brilhar!



- Parceria poética de Thamar de Araújo e Marcelo Sousa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

CAMINHANDO









Quantos sorrisos não recebemos por medo de sorrir primeiro. Quantos carinhos o tempo apaga porque a tua mão não teve a coragem de ser a mão que afaga. Quantos amigos, quantos amores você perdeu por que escolheu rogar praga, quando poderia ter pedido desculpas, quando poderia ter dito um simples "obrigado". Quanto mar, quantas ondas, quantos horizontes ficaram para trás, porque você não aprendeu a nadar, com medo de que o oceano te levasse embora a vida, quando viver, no fim das contas, é estar sempre de partida. Quantas coisas perdemos por medo de perder, quantas coisas não somos por que estamos apenas fingindo ser. Por que o que vive de verdade simplesmente acorda e vai vivendo, enquanto quem fica parado na vida, é o que acorda, senta na cama e fica pensando, pensando, pensando, e morrendo.


OLHOS DE FACA




Na noite muito densa
precisei respirar areias em tempestade
fechar os olhos e deixar me guiar a saudade
porque já me acostumei a respirar fogo
saltando muros para brincar com os lobos
escapar de becos muito escuros
esconder meus caninos
e fingir-me de bobo.

Na noite muito densa
fui ganhando caminho
sozinho como quem não pensa
poder cair em armadilha
ou pisar qualquer alçapão.
Adentrei teu quarto
e esperto, com olhos de faca
joguei-me sobre o teu leito
e deixei minhas lâminas descansarem
nas profundezas do teu peito.




- Parceria poética de Thamar de Araújo e Marcelo Sousa.