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quinta-feira, 29 de abril de 2010

FERNANDA



Chico assoviava feliz
a tristeza da sua Beatriz.

Jobim, com a palavra clara e precisa
fez eterna a sua Luíza.

Eu, que em minha alma já não sei quem manda
queria escrever sobre uma tal Fernanda.

Talvez protegê-la sob outro nome:
Renata, Erika, Mônica, Fabrícia, Ludmila, Carol...

Mas o amor só abrasa, não consome.
Eu sou fósforo, tua lembrança é álcool!

Não pretento ser um Buarque de Hollanda
para reinventar a incontestável Fernanda.

Não queria ser um Tom ou um Vinícius
para contar como ela domina minhas virtudes e meus vícios.

Deus dá, mesmo quando tira.
Levou-me o amor. Deixou-me a lira.


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