Ask Google Guru:

domingo, 9 de janeiro de 2011

NAVEGAR É PRECISO





Neste cais
na beira deste cais
onde mar há demais, demais, 
e onde não conheço ninguém
nem meço onde termino nem onde começo
sei que nem sou homem nem menino
nem posso ser santo, tampouco travesso
tenho que ser a medida certa
de uma ferida aberta...


Nessa hora
em que toda pergunta sã me permeia
preciso de qualquer resposta louca
porque tudo o que me vier à boca
não será digno de nota, coisa ínfima
como a mosca que se deixa enredar numa teia
me passa um trem nas veias
e me sinto com alguém que foge
alguém que deve, que se atreve,
alguém que escreve um destino 
diferente do que diziam ser o dogma divino
alguém que que deixa pra trás seus imundos panos
pra ser mais homem, mais mulher, mais vivo, mais humano!


Porque sendo pobre e humilde e suburbano
querendo ser mais que humano
metropolitano, homem do mundo
com a alma mais limpa que a água clara
da fonte mais transparente, mais secreta e mais rara
vem falar como quem sabe só o que é preciso saber
e não esse homem qualquer, esse imundo
que não ouve a poesia murmurante, a poesia simples,
que fala baixinho, fala baixinho com o mundo e o mundo lhe escuta:
ele sim é mestre, artesão, homem que de mansinho
com palavra e força, com martelo e carinho, esculpe a pedra bruta
e transforma o mundo, disto que ele é agora
naquilo que todo homem bom sonha 
que o mundo de hoje seja o que foi outrora!




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