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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

DAS UNHEIMLICH





O oposto do que me é familiar
é o que nasce quando meu silêncio quer cantar
ou quando chorar é o que mais preciso
e contudo meu rosto ergue o mais belo sorriso.

Meu íntimo-estranho,
o quanto menos te quero aprisionar, mais te ganho.
Sinto-te passear por dentro de minhas veias lentamente
enquanto gozo ao sentir tua estranheza inquietante.

É tudo tão apreciável que chega a dar medo:
sou criança que receia tomarem-me o brinquedo!
Mas sei que é pelos caminhos mais perigosos
que chegarei aos jardins mais lindos, às frutas mais gostosas.

Ó escuridão! Sabes o quanto tenho medo de ti!
Mas com as luzes acesas não poderei dormir.
E dormir é condição imperiosa para poder sonhar.
As luzes ficarão acesas, mas meus olhos com força irão fechar!

Tão familiar é esta estranheza
de encontrar no oposto tanta beleza
que ao fugir de todos e querer ficar sozinho
meus pés dizem-me que estou pisando os mesmos caminhos.

Vejo criaturas estranhas e caio perante elas de joelhos
mas perplexo descubro-me seu irmão ao olhar-me no espelho.
O que fazer? Para onde ir? Sinto que o tempo aperta o laço!
Resta-me beijar a boca do Destino, e deixar-me descansar em seus braços!






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