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domingo, 21 de julho de 2013

RETRATOS





Falsa intimidade.
A inutilidade das fotos.
A torpeza das suas legendas.
O soneto pior que a emenda.
O teatro por trás dos fatos.
Os sorrisos rotos.
As jóias raras nos esgotos.
Um poeta, um ídolo, um deus.
Um santo cultuado por ateus.
Os mecenas de coisas pequenas.
Os intelectuais iletrados.
Um porto, um cais.
Personagens sem personas.
Tudo divide, fingindo que soma.
Tudo é menos, fingindo ser mais.
Uma flor, nenúfar.
Um tótem feito de açúcar.
Abelhas e mariposas na mesma colmeia.
Moscas varejando a mesmíssima ideia.
E eu, fico em casa.
Protagonizo meu próprio drama.
Em silêncio. Em particular.
E deixo muito a desejar,
Aos que gostariam de ser plateia.

[Poemas sem começo e nem fim. 
Vidas que prosseguem, simples assim.]

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