reluz no céu coalhado
de estrelas.
Algumas são mais belas,
outras, quase apagadas,
são fim de festa.
Estamos quase acordados,
e quase amanhece:
o arcanjo Miguel
sonha conosco
e molha a cama.
Seu corpo têso,
de barro e louça
quase quebra.
Ele chora?
Fala com os peixes?
É licor? Mel?
Breu de vela?
A moça na cama
não vê que a luz pinga
sobre ela.
Outros anjos,
outros homens
devem levantar-se
agora. Viver
é urgente, tarefa diária
para a qual não há protesto.
O anjo se esvai
na melodia da alvorada
dispensando seus amplexos.
Suas asas derretem?
Ou ele sonha
que tem sexo?
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