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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O FOGO OLÍMPICO






Empenhados numa procura infinita
pelo centímetro certo da carne mais aflita
os amantes esquecem o ar que lhes falta
quando os lençóis num festim de ribalta
tramam um espetáculo de sons sustenidos
por arpejos feitos de etéreas sílabas tônicas
e quiméricas delícias agônicas.
Neste concerto de gemidos sinfônicos
ouvem-se sons como os de um violino agônico
compassado pelos movimentos subterrâneos de um magma
que pesseia por caminhos tortos - nossas veias -
irrompendo odores e sabores subcutâneos
que não cabem em poemas feitos em qualquer língua
pois o fogo daquele momento, se descrito em palavras
perde a força, e inevitavelmente se apaga
porque o que só o corpo entende
o intelecto quando apreende
deixa morrer à míngua!


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