Já amei demais, já sorrí demais, já saltei sobre montanhas
mas hoje tenho pés cansados, e um coração que não sonha.
Mas ainda sei rimar, e dizer coisas bonitas e fáceis
para as raposinhas que me cercam, rapineiras tão dóceis.
Sei dizer “tu és linda” para outras meninas neste mundo virtual
esperando provocar este seu coração feito de água e sal.
Não faço mais poemas para chorar as mágoas.
Meus amores, meus amigos, meus inimigos, são passadas águas.
Te vejo por aí, muito bela, mas pouco humana.
E outras meninas continuam indo e vindo, borboletas insanas.
Tenho pequenas alegrias, compradas a preço de ouro.
Não quero mais ser bom. Não desejo receber seus tristes louros.
Caminho sorrindo na multidão.
Sou mentiroso, sou vilão.
Poesia e diazepan sustentam minha sanidade.
E o que parece dor, às vezes é pura vaidade.
No domingo ouço mentiras gostosas na igreja, e meu peito em chamas arde.
Deus joga xadrez comigo todos os dias, e algumas vezes Ele perde!
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