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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A FLOR DE VIDRO





Nas manhãs em que desabrochas assustada,

e descuidada te banhas na carinhosa luz matutina,
linda flor de vidro, erva perfumosa pelo sol despertada,
no meio dos vales és monumento, tótem, e sobretudo menina,
ingênua em teu solipso berço. Ao encontrar-te assim desamparada
ajoelho-me, peço ajuda e clemência em teu nome ás forças divinas,
para que nessas campinas não sejas por pés de lobos e ovelhas 
despedaçada.

Nas manhãs em que desabrochas reluzente,
oh linda rosa, vítrea estátua que fulgura em mil cores,
vejo-te sofrer calada o teu destino, e timidamente
deixo uma lágrima banhar-te as pétalas, e se fores
a princesa prometida, enclausurada num corpo transparente,
pisada por bestas e feras, as mesmas que te devem mil favores,
morra então, liberta tua alma, flor-princesa, e sonharei com teu perfume
eternamente. 

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