Nem deixei o verso interminado na boca pênsil.
Tampouco o primeiro a quebrar o silêncio
Com um murro.
Não rasguei-me a carne à unha
Numa linha reta da virilha ao pomo.
Covarde: esta alcunha
Jamais tirou-me o sono.
Meu verso intragável
Só encontra ritmo na dissonância.
Imito o Quixote com seus gigantes imaginados,
E nem sempre tenho a Razão a atuar
Como um Sancho Pança.
Desci aos infernos, às fossas abissais,
Para encontrar minha alma amiga.
Desci com pressa, nas mãos nada mais
Que as palmas abertas, abraço desenhado,
Improvável resgate da vida.
Porém na escuridão nada encontrei
E tive os olhos nublados,
E cada passo era um tropeço.
Cansado, não quis mais procurar.
Nas profundezas me deitei,
Homem feito, fiz-me criança,
E no esquecimento fiz meu berço.
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