A cena é recorrente -
um arpão e seu ensejo:
a ponta afiada de um olhar
percebido no arpejo frio das retinas
tocaiando um alvo que se afasta
mas não se move.
O metal da íris
resolve as distâncias
abarbando espaço e tempo
num piscar de olhos.
A hora certa espera
sob o manto da vontade
logo ali onde as verdades
descansam resumidas
a pequeninas resmas
de luz e escuridão.
A cena é recorrente -
jamais estamos sozinhos:
ao mirar, mesmo de soslaio,
um ponto escuro qualquer
a treva silente (pulsante)
sempre olha de volta.
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