Os deuses olham
e sorriem.
A treva é vária
e colorida.
e sorriem.
A treva é vária
e colorida.
Acendo uma vela
imaginária.
Faz tempo bom
entre os seios dela.
As coxas guardam
um magma que descansa
perfumes de tragédias abissais
entre o riso nervoso de poetas
que pedem mais
e mais.
Mas ela dorme
e a noite enorme se faz dia
sem que os anjos digam amém.
É domingo, em algum lugar
dentro dela.
e a noite enorme se faz dia
sem que os anjos digam amém.
É domingo, em algum lugar
dentro dela.
Ouço.
Há um cicio.
O lábio ousa
falar de coisas cujo som
não se reduz em palavra.
O poema não diz
mas respira no hiato
deste fôlego imenso.
Há um cicio.
O lábio ousa
falar de coisas cujo som
não se reduz em palavra.
O poema não diz
mas respira no hiato
deste fôlego imenso.
Penso em tocá-la
mas calo o gesto
ao sentir na boca
o gosto da sua sombra
- centelha negra
no quarto gris -
que me alumbra
a vontade de ser
apenas só
carne e osso
alma
e pó.
mas calo o gesto
ao sentir na boca
o gosto da sua sombra
- centelha negra
no quarto gris -
que me alumbra
a vontade de ser
apenas só
carne e osso
alma
e pó.
Os séculos que ela traz
numa vírgula, entre
as sobrancelhas,
reduzem a fogueira
dos meus dias futuros
a brasas dormidas
e tranquilas.
numa vírgula, entre
as sobrancelhas,
reduzem a fogueira
dos meus dias futuros
a brasas dormidas
e tranquilas.
Observo, olho.
Ela me vê.
Tu, mulher
és um tótem.
Tu, que parada,
estás sempre
vindo.
Ela me vê.
Tu, mulher
és um tótem.
Tu, que parada,
estás sempre
vindo.
Olho.
Observo.
Não vejo nada.
Estou calado,
sorrindo.
Observo.
Não vejo nada.
Estou calado,
sorrindo.
Passa o tempo.
Nada se move.
Nada se move.
De repente,
ela acorda, e fere
como quem cura
lançando dos olhos negros
um único punhal de prata
que me acerta em cheio
como um sorriso de
bom dia.
ela acorda, e fere
como quem cura
lançando dos olhos negros
um único punhal de prata
que me acerta em cheio
como um sorriso de
bom dia.
Bom dia,
meu amor.
meu amor.
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