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domingo, 29 de março de 2015

DEPOIS DA TEMPESTADE



Marulha na areia o barulho do mar menor,
o orgulho das marés, o perfume, a dor que o peixe
fisgado sente, o amor do pescador que o mata, enfim,
a prata das ondas resvalando no horizonte de hoje, o maruim
dançando na poça, as roças marinhas e as vinhas oceânicas,
o torpor, o vento alazão, o aragano, a monção, a reza boa, deixando o ontem
para a frente, o futuro para trás, a luz dura que reverbera na vaga avassaladora
traçando rimas de sal e sol sob o arrebol deste poeminha marejado, que sobeja,
rumoreja, beija a boca seca do poeta que morre afogado, afogado, afogado, talvez morto, talvez salvo, talvez banido, talvez falido por apostar todas as suas moedas num poema inacabado...

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