Na desiluminura de mil sóis poentes
desfloram-se retinas e palatos: o som
decide ser cor, e a cor decide ser fato.
desfloram-se retinas e palatos: o som
decide ser cor, e a cor decide ser fato.
São manhãs de lua e noites de sol.
Os arrebóis sem cor, ainda assim, gritam
sons de arco-íris, auroras boreais, supernovas.
Os arrebóis sem cor, ainda assim, gritam
sons de arco-íris, auroras boreais, supernovas.
Mas note, mire, veja
o quanto a palavra pinta
só com palavra este seu retrato.
o quanto a palavra pinta
só com palavra este seu retrato.
Palavra sobre papel.
Palavra sobre a tela vazia.
E só.
Palavra sobre a tela vazia.
E só.
Palavra após palavra.
Miríades delas, terríveis e belas,
como nós, estrelas em pó.
Miríades delas, terríveis e belas,
como nós, estrelas em pó.
De repente o poema brota
nessas refazendas de palavras inventadas
por uma esperança que na página franca se aninha.
nessas refazendas de palavras inventadas
por uma esperança que na página franca se aninha.
Poesia é paisagem:
fotografia em preto e branco
com um universo de cores nas entrelinhas.
fotografia em preto e branco
com um universo de cores nas entrelinhas.
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