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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CALA-TE E OUÇA




A sua colcha de hábitos.
A sua pele de hábitos.
Este seu cobertor de cicatrizes.
Este seu jeito de aceitar somente as coisas possíveis.
De onde vem esta vontade de não-ser?
De onde vem esta sentença de não-viver?
Você resiste, você insiste, você existe... pra quê?
Teu peito guarda uma máquina burocrática, que trabalha em vão.
Você já não sabe desenhar flechas e asinhas no seu coração.
Você olha o horizonte e segue em frente pisando flores.
Não vê mais os pardais, os caracóis, as joaninhas, as mariposas.
Não sabe mais o que é a surpresa de ganhar uma rosa.
Mas ainda há tempo. O vento sopra uma doce cantiga.
Cala-te e ouça! Bem baixinho falará contigo a verdadeira vida!

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