A moça feia
é linda.
A moça linda
também.
O poema não.
Mas
olhando melhor,
é.
Finda a hora,
mas não o tempo.
Debaixo dos ponteiros
de qualquer relógio digital
Deus olha, ouve, escondido.
O poema não.
Note a lira
sob o lençol da rima fugidia
ritmando o verso torto
que mesmo morto
respira.
Desconstrua
um truísmo verdadeiro
e coloque suas verdades
(mesmo as inventadas)
no saleiro da mentira.
Faça um churrasco
de mil gatos pardos
na sagrada pira.
Ignore a carne.
Não o tempero.
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