[Poesia colaborativa de Matheus Torreão, Thauan Raposo e Marcelo Sousa]
Quando a gravidade
dos que mandam tanto
for uma força completamente nula
os povos poderão, sem espanto,
saber que bobo é quem só acumula.
Quem junta moedas
debaixo do colchão
ou quem espera deixar para a posteridade
o fruto do seu trabalho muito suado
está muito enganado, é bobo
porque a falta de gravidade
é o inevitável roubo.
Os casarões voarão como papel
e as palafitas e barracos coloridos
flutuarão como nuvens no céu.
Os que vivem nos abrigos atômicos
serão arrancados como árvores
indo pelos ares com raiz e tudo
e os profetas da era digital
estarão todos mudos.
Sem moedas, sem medos,
as vaquinhas voando para Saturno
e no dia das eleições municipais,
estaduais ou federais
os candidatos, tão fleumáticos,
estarão no mundo da lua
e o povo vai sambar a ausência
de um segundo turno
no meio da rua.
Não vamos ter que escolher
patrões nem políticos
nem vamos depender mais
de deuses cansados, raquíticos.
Cada homem sem terra terá enfim
seu quinhão de céu, de ar
e às crianças desde cedo
será natural aprender a voar.
Reforma agrária? Essa precária forma
de dividir o que já é nosso?
De que vale repartir a carne,
se não nos pertencem os ossos?
Quando o mundo acabar,
crianças e velhos vão rir demais
vendo como fogem como baratas
os nossos líderes mundiais.
Ninguém vai precisar botar cerca no quintal
porque tem espaço de sobra no espaço sideral.
Ninguém vai precisar fazer guerra por novos domínios
porque todos seremos sem-terra, seremos meninos.
Se não tem gravidade, acabou a confusão
porque nunca mais ninguém vai brigar
por um triste pedaço de chão.
Ninguém vai precisar botar cerca no quintal
ResponderExcluirporque tem espaço de sobra no espaço sideral.
Ninguém vai precisar fazer guerra por novos domínios
porque todos seremos sem-terra, perdidos no espaço, como meninos.
Se não tem gravidade, acabou a confusão
porque nunca mais ninguém vai precisar brigar
por um pedaço de chão!
PERFEITO.