Ask Google Guru:
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
RETRATOS DE UMA DEMOLIÇÃO DA ALMA
As cores do domingo
mofadas nos altares
onde os anjos agonizam
com asas imóveis e um sarcástico sorriso.
As cores da praça do cais
onde as mulheres de vida difícil
ganham fácil o ouro dos tolos e dos velhos
que na igreja, no puteiro, na vida… estão sempre de joelhos.
As cores indecifráveis da sua geometria interna
que me fazem parar para examinar seios, coxas e pernas
e ouvir a tua voz mansa e o teu abraço firme e generoso
como Paulo de Tarso em sua efeméride: martírio ou gozo?
As cores que fogem em bandos, voando através das telas
pintadas com um pouco de mágoa, um pouco de alegria
e as vontades comprimidas pela moldura, prisão insegura
que ilude percepções: a arte ainda não inventada, nossa eterna procura!
As cores dos teus olhos, fundando o arco-íris negro,
onde pedra e cetim se encontram sem machucar-se
e onde poetar não é preciso, navegar não é preciso,
e viver é apenas subverter, sem alarde, sem aviso!
-
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário