Meninos, eu vi um dragão!
Encarei-o bem de perto,
e reparei em seu peito uma ferida aberta.
Meninos, eu vi mesmo um dragão.
Era silencioso, seus músculos tensos ficando flácidos.
Suas lágrimas, contidas, queimavam como ácido.
Meninos, eu vi um dragão.
Não parecia com nenhum daqueles dos contos de fada.
Era um bicho acuado, temia guerreiros de capa e espada.
Meninos, aquele dragão
já não voava nem cospia fogo.
Gostava de flores, de poesia. Era um bobo.
Meninos, eu juro que vi um dragão!
Seus olhos faiscavam um tímido fulgor vermelho.
Meninos, eu achei um espelho.
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