Ask Google Guru:

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

QUANTUM






Por um buraco de minhoca
a boca deste que morre 
suga o ar do outro lado
onde o finado está-estava-estará 
vivo. 

No oco de um tempo-espaço 
que se dobra sobre si
e forma a mais perfeita 
e perplexa equação:
o homem é o seu contexto 
e a sua vontade, sua salvação.

O homem
que nasce-cresce-reproduz-e-morre
já não precisa existir para saber 
que viveu, amou, lutou, sorriu, chorou, 
ganhou e perdeu.

O homem que não existe
está ali, descrito, escrito,
conscrito, inscrito, infinito
no poema que ele mesmo
(não) escreveu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário