Ask Google Guru:

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A OUTRA MARGEM



Quantas margens tem um rio sem foz, 

cujas águas apenas imaginadas 

rugem quase sem voz? 


Quantas margens tem um rio 

que corre lentamente em vão 

sobre um esteio sem chão?


Quantas margens subsistem

sob o karma de múltiplas e múltiplas existências

gastas numa alegria melancólica e num gozar tão triste?


Quantas margens tem 

este curso d'água evaporada,

como mágoa que dói, e não mais existe?


Quantas margens tem

o córrego rubro que segue em artéria ignorada

se não houver amor, dor, paixão, ilusão ou nada?


[Água que não sacia, nem afoga,

não vale pra nada.]

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