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terça-feira, 13 de outubro de 2015

O LOBO


O lobo
respira suave
atrás da porta.

As unhas guardadas
na almofada de pelúcia
esperam, esperam.

A fera
que ainda não vejo
não tem pressa.

Por uma fresta
vaza a luz negra
daqueles olhinhos 
bonitos, pretos.

De repente,
um trovão, um murro,
um grito, um uivo,
uma baforada.

Meu amor 
abre a porta, 
pega minha mão:
sua presença 
me aquece.

Meu amor
abre a porta,
pega minha mão
e o lobo, esperto,
desaparece.

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