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domingo, 16 de junho de 2013

O NADA







Eu não quero coisas.
Quero pessoas.

Eu não quero pessoas.
Quero sentimentos.

Eu não quero sentimentos.
Quero momentos.

Eu não quero momentos.
Quero poesia.

Eu não quero poesia.
Quero não querer nada.

Absolutamente nada.
Que a semente do que eu quero jamais seja germinada.

Por que se o que eu quero tiver um nome, ela pode ser contida.
E se contida, será resumida, descrita, e por isso roubada.

Ah, que alegria deitar na relva.
E num domingo bonito olhar bocejando para o céu.

Este céu que bem pode ser o olho azul de Deus,
E dizer-lhe com a cara mais lavada:

Ocupe-se dos que tem muito a pedir-te.
Pois eu, meu Deus, não quero nada!

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