Junte as partes duras da partitura,
rebole no embôlo mole de miasmas de um frutuoso aboio,
esses arroios de águas sujas, o verso que surge na tempestade
de uma cantiga antiga de ninar serpentes.
A gente entende toda alma que se vende por migalhas,
por batalhas, por mortalhas do que queria ser semente.
Atente para isso: esqueça as figuras obscuras, procure
o fio que segura o brilho pontiagudo dessa estrela
que fura o negro cetim da nossa noite.
Mire, veja:
o açoite das notas mais graves
no conclave das vozes recém-caladas.
É tudo silêncio.
E som.
A rima indócil quer fugir: deixe.
O tempo certo desata feixes de outros versos
desacatando o solfejo dos teus sofismas.
Tudo é diverso.
Avesso.
Melismas ou merismas?
No batismo pagão dos tons dissonantes,
as consoantes confirmam a (geo)grafia das vogais
que abençoam o cismo de todas as crismas.
Deus me livre de um bom poema!
Há ritos demais.
E os ratos dizem amém.
E quem nos salvará o direito
de pausar a canção?
Te pergunto,
o poema bom,
mas raso,
te abisma?
Estou confuso, mas recuso corrigir
os erros que acertam (aos berros) meu silêncio dissimulado.
Alguém poderá desenrolar essa embolada?
Toquem um blues nagô, um jazz tupi, por favor.
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